Nuno Cera apresenta no Torrão N2, projeto desenvolvido pelo artista em colaboração com O mais comprido museu do mundo / Pedro Campos Costa e Eduardo Costa Pinto.
Através do seu olhar sobre um dos segmentos da Estrada Nacional 2 (que também atravessa o Torrão), entre Montemor-o-Novo e Castro Verde, Nuno Cera procura sinais e símbolos das atividades que aí se cruzam. As imagens captam o tempo, o espírito-tempo do Lugar.
“Obviamente que estava interessado no que estava à volta da N2, mas de vez em quando era muito marcado pela própria estrada, pela estrutura.
Esta relação com o carro, com as bombas de gasolina, as coisas que fazem funcionar a estrada.
Acho que nos stills percebe-se mais a progressão no território.
Interessavam-me também estas marcas do tempo já muito passado, do Estado Novo, de outro tempo, quase em ruína.
Percebem-se territórios meio abandonados e vazios, para além das touradas. Percebe-se da estrada a exploração intensiva.
Interessavam-me estas pequenas coisas, a capela pequenina, tudo o que está muito ligado à estrada.
Era interessante ter um enquadramento, para mostrar melhor o contexto da paisagem.”
Excerto de entrevista a Nuno Cera, O mais comprido museu do mundo, Associação Antecâmara 2023.
O Convento da Terra apresenta em simultâneo Acid Flamingo, exposição de Nuno Cera patente no ALI até 15 de setembro.