Viagem pelo Amor e a Espiritualidade

primordio [CORDIS]

Maria De Fátima Silva

Pintura . Mitologia . Mística . Espiritualidade . História . Feminino

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Procura mística das memórias primordiais da humanidade
Pintura . Mitologia . Mística . Espiritualidade . História . Feminino

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Procura mística das memórias primordiais da humanidade
“Imagens que contam, cromaticamente, histórias construídas e desconstruídas, intuitivamente, sobre um mar que já foi chão dos náufragos atlantes, que alcançaram as praias do ocidente da Península Ibérica; que contam um enlevar doce do sentimento poético do Amor em si, enquanto gerador da Vida e da procura incessante de significados; que contam códigos, formas e mensagens ocultas e simbólicas…

… dum mito submerso nas profundezas do Atlântico e profundamente marcado no património sagrado e espiritual português; que contam preciosíssimos símbolos que, no seu silêncio singelo e imponente, nos transmitem conhecimentos e emoções outrora vivenciados genuinamente.” Assim se exprime a artista Maria de Fátima Silva sobre o seu trabalho, que inaugura no Torrão o espaço expositivo ALI. 

Contemplando a memória do mito da Atlântida, da misticidade do megalitismo e dos locais sagrados de culto à grande Deusa, à lua e ao sol lugares portadores de um espírito próprio , o seu universo pictórico fala-nos do amor entre Pedro e Inês, ainda tão vivo no imaginário e na alma dos portugueses, assim como do significado da iconografia dos seus túmulos, testemunhos pelos tempos dos tempos, que perpetuam brilhantemente a memória de uma história verdadeira.

“Nesta demanda de imagens e cores, duas histórias de ecos primordiais se cruzam. Pensamentos de quem fomos e de onde vimos, sentimentos imponderáveis e únicos, forças espirituais que no Mundo, comandam o nosso terreno e humano mundo. Falo da Atlântida, falo do Eterno Amor entre Dona Inês de Castro e D. Pedro I.”

 

Citando Fernando Pessoa, “o mytho é o nada que é tudo”*, conclui a artista: “E tudo permite uma conjuntura infindável de histórias perdidas, no tempo desse tempo sem tempo. Possuidora de uma autonomia desconcertante, onde tudo é plausível, a arte apresenta-se como essência libertadora das filosofias de vida. Atlantis e Amare partilham a essência mesma do espírito animador da vida de todos nós; Sentimento e Pensamento, Amor e Ideia. Mensagens criadas ou simplesmente sonhadas que, como artista, me conduzem a uma harmoniosa simbiose entre o mundo fantástico e o meu eu, como um ser integrante deste pedaço de terra repleto de luz, o meu Porto Graalico.”

* Fernando Pessoa (1934), Mensagem, Parceria António Maria Pereira

Vídeo da inauguração – contendo palavras iluminadoras do investigador Pedro Teixeira da Mota.

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