Alice Marcelinoé uma artista luso-angolana radicada em Londres. Labora entre Londres, Lisboa e Luanda. Seu trabalho visual explora noções de pertença, num mundo global complexo e em constante mudança. A sua residência artística no Torrãoassocia o entender do passado às aspirações das gerações futuras.Marcelino pretende descobrir histórias e narrativas esquecidas, especialmente ligadas às nuances históricas e culturais da comunidade afro-portuguesa na região do Sado.
A residência, parte do programaNEGRALVOincluirá a criação de retratos de estúdio – ver Malick Sidibe, Sanlé Sory, Rachidi Bissiriou. O ato de criar retratos de estúdio torna-se um processo colaborativo e dialógico, uma oportunidade para os indivíduos participarem ativamente na representação de suas próprias narrativas. Trata-se de capacitar a comunidade para se apropriar da sua história visual, garantindo que as suas experiências não são apenas vistas, mas também compreendidas e celebradas.
“Pretos do Sado” de Isabel Castro Henriques funciona como obra catalisadora para esta exploração da memória colectiva e do património, constituindo um roteiro para o navegar pelas complexidades da identidade e da preservação cultural.Em pano de fundo, a artista assume um compromisso: promover a compreensão, a empatia e um apreço renovado pelas diversas narrativas que contribuem para o mosaico cultural da comunidade afro-portuguesa.
Na imagem, detalhe de KINDUMBA, 2015, impressão em placa de cobre, 30×20 cm.